Ceüse 2010

Ceüse 2010
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30.1.11

Verão na Barrinha


            Neste verão de chuvas intensas, de muito calor e muita umidade, acabei ficando em Niterói mesmo. Aproveitei para escalar muito na Barrinha. Fazia um tempo que não frequentava a Barrinha com afinco. Apesar da distância e do tempo de viagem – 1 hora pra ir e 1,5 hora pra voltar, escolhendo bem os horários para fugir da hora do rush, passei a escalar 3 vezes por semana na Barrinha (excelente!), mais um dia ou outro de boulder / treino no Escalada Indoor Icaraí.

            A Barrinha no verão é uma incógnita. Devido à elevada umidade, tem dias que a escalada é bem exaustiva. A dificuldade começa logo no início, na caminhada até a base. O “cara do balde” é companhia garantida por toda a subida. Vale uma blusa extra só pra caminhada. Além disto, como as vias são muito extensas, se não estiver rolando aquela brisa salvadora, na metade da escalada de uma via, a quantidade de suor pode ser tão grande que fica difícil até passar magnésio. Culpa do “cara do balde”!

Mesmo nos dias mais quentes, escalar na Barrinha é diversão garantida, uma vez que as vias são muito legais e de qualidade excepcional. A Barrinha se caracteriza por vias muito longas e pouco negativas – escalada de “placa” – o que requer bastante técnica e, de preferência, uma sapatilha bem precisa. A grampeação em geral é bem afastada (tipo um E2 de parede), o que torna os vôos muito legais, ainda mais quando se pula uma proteção, fato que ocorre com certa frequência. No geral, as vias têm de 75 a 100 movimentos (contados pelas mãos) de uma regletera que parece sem fim, requisitando muita resistência dos escaladores, apesar da pouca negatividade da falésia.

            Em dias bons, a Barrinha tem um clima bem agradável, com vento constante e sombra até as 14:00 horas. Em raras ocasiões, o vento é tão forte que chega a fazer frio em pleno verão carioca, mesmo em dias de Sol!

No fim das contas, as vias da Barrinha são tão maneiras que vale a caminhada até a base pra saber se as condições estarão boas ou não.


Juliana trabalhando a Filé com Certeza 9a

Juliana trabalhando a Filé com Certeza 9a

Juliana trabalhando a Filé com Certeza 9a

Fabio Gollum - Filezão 9c

Fabio Gollum - Filezão 9c

Fabio Gollum - Filezão 9c

22.1.11

Pedra da Ostra – Mais conquistas e situação atual


Quando voltei a frequentar a Pedra da Ostra, escalei um pouco nas vias da falésia e tratei logo de conquistar, junto com Fabrício e Juliana, a via Enigma do Diedro. Esta via fica no setor Principal e também demandou quase uma semana para ficar pronta, pois entramos diversas vezes na via em top rope antes de colocar as proteções e a negatividade da falésia também atrapalhava. Acabou que a conquista da primeira parte, um 7c clássico demais, foi realizada praticamente de baixo para cima utilizando-se equipamento móvel. O top rope armado servia somente como balanço (muito legal por sinal) e segurança por causa da negatividade da via.

A parte final da via ficou por um pequeno período de tempo interditada, pois havia uma agarra chave preste a quebrar. Algum tempo depois voltamos e sikamos 2 agarras (as primeiras e únicas da falésia com sika) e largamos a via por um tempo para a sika curar.

Fiquei mais um tempinho afastado e ao retonar à Pedra da Ostra, Fabrício conquistara a via Suicídio Inconsciente com sua namorada, Natália Falcão. Esta via é uma via alucinante de 8b com 7 proteções até um platô e mais 5 proteções recém colocadas até o final, cujos lances são fáceis e levemente expostos.

Eu, Fabrício e Juliana conquistamos também mais 2 vias à direita da via inacabada Zigue-Zague na Titica, mas devido à negatividade e ao tamanho dos regletes, estas vias e suas variantes devem ficar na casa do 10° e 11° grau.

Como a via Enigma do Diedro, logo ao lado, não deixava os meus pensamentos, entre um dia e outro de conquista entrei 3 vezes na parte final da via, isolando as próximas 3 proteções, que é o crux da via. Acredito tratar-se de um 9c, cuja aderência tem 2 proteções, até o 7c são mais 11 e até o final são mais 5 proteções, num total de 18 chapeletas.

Tenho certeza que enquanto publico esta mensagem mais vias devem ter surgido na Pedra da Ostra, pois os escaladores de Rio das Ostras e Macaé estão super empolgados com a falésia. Que venham mais vias, desde que conquistadas com qualidade e respeitando a ética local.

Enquanto o guia nem o croqui são disponibilizados, basta entrar em contato com a galera local, pois tem sempre algum escalador da área disposto a receber novos visitantes e apresentar esta magnífica falésia, com destaque para os escaladores locais Fabrício Lofrano, Frederico Almeida e Sérgio Santos. Nas vezes que eu estiver na área também me disponho a recebê-los com o maior prazer.

Só peço aos visitantes para retirar qualquer lixo produzido e/ou encontrado na base da falésia e não estacionar o carro na frente de porteiras, pois se trata de uma fazenda particular e se não mantivermos a boa educação, a limpeza e a arrumação da área, poderemos vir a perder este local abençoado para a escalada esportiva. Grato pela compreensão de todos.


 Conquista da Enigma do Diedro 7c / Projeto

Conquista da Enigma do Diedro 7c / Projeto

 Proteções utilizadas nas conquistas

 Fabio Gollum - Suicídio Inconsciente 8b

 Fabio Gollum - Suicídio Inconsciente 8b

 Fabio Gollum - Suicídio Inconsciente 8b

 Fabio Gollum - Suicídio Inconsciente 8b